terça-feira, 25 de julho de 2017

Entre Bloggers [Entre Parêntesis]


Já estamos sensivelmente a meio desta nova rubrica do blog que tanto sucesso tem tido, mas gosto sempre de saber a vossa opinião e por isso estou à espera desses comentários! Gostavam de ver algum blogger em particular a responder às minhas perguntas? Então de que estão à espera?! Enviem-me as vossas sugestões através da caixa de comentários, pelo facebook ou por email ;)
Sem mais demoras, vamos dar início à edição de hoje da rubrica. Vamos conhecer melhor a Carolina, autora por detrás do blog Entre Parêntesis. Obrigado por aceitares este desafio!

Como te descreverias enquanto autor(a) por detrás do teu blog? 
Acima de tudo, genuína. Sou sempre sincera e genuína em tudo o que escrevo – por exemplo, se percebo que quero escrever algo que vai potencialmente magoar alguém que lê o blog e, por isso, tenho de alterar as coisas de forma a que isso não aconteça, simplesmente não escrevo. Para mim, ou é ou não é. E esta característica é transversal, tanto nos meus posts de críticas, como nos que falo sobre mim, até àqueles em que digo aquilo que eu sinto em relação a algo ou algum episódio caricato (ou não). Para além disso, um traço que as pessoas que me lêem costumam notar é o de sempre ter sido madura demais para a idade que tenho: “uma alma velha num corpo jovem”.

O que te levou a decidir criar um blog?
Foi a necessidade de limpar a alma. Sempre fui uma pessoa muito fechada. Tenho muito poucos amigos e imensa dificuldade em interagir com os outros – quanto mais contar-lhes as minhas dores e preocupações! Aprendi que gostava de escrever e que isso me tornava mais leve, por isso criei um blog que nos seus tempos iniciais era anónimo, e era o único sítio onde eu partilhava coisas muito íntimas (em matéria de sentimentos). Escrever acabou por ser, numa altura mais complicada, um escape e depois tornou-se um hábito (e eventualmente uma paixão).

Há quanto tempo tens o teu blog?
O Entre Parêntesis vai fazer seis anos em Agosto. 2011 foi a altura em que estabeleci bem os limites da minha exposição aqui nos blogs e em que decidi os assuntos que partilharia ou não. Foi, também, a altura em que percebi que a escrita era, para mim, muito mais que um simples escape e de que queria fazer disto a minha vida.

Quais os principais assuntos que discutes no teu blog?
Acima de tudo, eu vejo o blog como uma desculpa para treinar a minha escrita, sendo que o meu objectivo é sempre escrever melhor – e só se melhora treinando. Tento escrever todos os dias – mas arranjar temas interessantes para falar diariamente não é fácil, por isso o blog é tão e simplesmente a minha vida e tudo aquilo que me passa pela cabeça. Tem uma componente muito importante de reflexão, em que falo sobre mim (porque não sou, de todo, uma pessoa fácil), mas gosto muito de partilhar a minha opinião sobre coisas que compro, consumo ou vejo e, de vez em quando, de escrever algumas parvoíces com algum humor. Ah, e gosto muito de escrever sobre livros! Na verdade, tudo depende do dia!

Como escolheste o nome para este teu projeto?
Honestamente… já não me lembro! Sou péssima com nomes, títulos e tudo o que seja para atrair pessoas, mas sempre achei piada à expressão “Entre Parêntesis” e pensei que daria um bom nome para o blog. Atualmente já não o adoro, mas também não o quero mudar.
Entretanto também lhe arranjei um significado: aquilo que normalmente colocamos entre parêntesis num texto é uma informação que, ainda que acessória, consideramos importante o suficiente para a colocar lá. E, no fundo, este blog é o entre parêntesis da minha vida: há muita, muita coisa que eu não digo em voz alta, no meu dia-a-dia, que depois acabo por escrever ali. E, de facto, não é informação essencial – mas revela muito daquilo que eu sou. Por detrás daqueles textos está a verdadeira Carolina, com tudo o que de mau e bom eu tenho.

Já tiveste algum outro blog antes do atual? Se sim, como se chamava e em que se focava?
Sim, tive dois. O primeiro chamava-se “Mais Confusa que a Confusão”, criado em 2009, e era um blog muito íntimo, onde me expunha (a meu ver, hoje em dia) demasiado. Correspondeu a um período da minha vida mais atribulado. Um par de anos mais tarde criei o “Não me Perguntes Porquê”, já na linha do Entre Parêntesis, mas sem ter bem em mente o que queria fazer com ele, aquilo que ele representava e até onde podia ir no que dizia respeito à minha exposição pessoal. Quando, finalmente, descobri a resposta para tudo isso criei o Entre Parêntesis, para marcar o início de algo que achei que seria melhor do que tudo o que tinha criado antes.

O que sentes quando recebes feedback positivo dos teus leitores?
É muito, muito bom. Muito mais do que alimentar o meu ego, tenho muitos leitores que me ajudam a desenvencilhar alguns nós cegos que tenho dentro de mim, através da partilha de vivências e de emoções – e isso é algo que eu não consigo pagar ou retribuir de igual forma. Sinto que há muita gente que me lê e que me conhece melhor do que a maioria das pessoas que me rodeia no dia-a-dia. Às vezes basta dizerem “que texto tão bom!” para o meu dia estar ganho. Como é que posso agradecer isto? É muito bom.

Que planos tens para o futuro do teu blog, que nos possas revelar em primeira mão?
Adorava ter uma novidade bombástica, mas não tenho. O blog vai continuar no mesmo registo. Este ano que passou não foi fácil pois comecei a trabalhar a tempo inteiro e tive de ajustar toda a minha vida a uma nova realidade, e nem sempre foi fácil de a conciliar com o blog. Portanto, para já, é continuar, mantê-lo vivo e escrever cada vez melhor. Não tenho a intenção de o tornar num blog comercial, cheio de giveaways, passatempos ou publicidade. Quero, sempre, que quem lá vai queira é passar o tempo a ler algo que considera bom, inspirador, com alguma graça e que o possa ver como um espaço de partilha. Não quero muitas visitas – quero boas visitas. E isso para mim basta J

Se tivesses que resumir o teu blog numa só palavra, qual seria?
Como disse: genuíno.


Queres acrescentar mais alguma coisa a esta entrevista para dizeres aos leitores?
Não tenho muito mais a dizer – gostava apenas de agradecer o convite para a entrevista e a fidelidade de todos aqueles que me seguem. É bom perceber que ainda existe quem leia alguém que escreve textos grandes, por vezes pouco fáceis de digerir (ora porque são mais tristes, ora por terem opiniões muito vincadas), e que continua lá sem arredar pé. Quem me lê é, todos os dias, a minha força para escrever. E será, um dia, a minha inspiração para escrever um livro – que é, mais do que um sonho, um objectivo de vida. É uma coisa que quero dar não só a mim mas também a quem me “atura” há tantos anos. J

E assim se passou mais uma entrevista do Entre Bloggers.
Até à próxima! ;)

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