Aqui vos deixo o último episódio da saga que escrevi quando andava no liceu, esta terceira escrita no meu 12ºAno. Espero que mais vez apreciem esta história e que a Ana vos divirta com mais esta aventura.
A rapariga com o vestido de espelhos: perdida no
MAR
Olá de novo! Ainda se lembram da Ana, a
rapariga com o vestido de espelhos? Pois é, ela está de volta e com uma nova
aventura!
Da última vez que vos falei dela, contei-vos um
pouco da sua juventude e dos amores da adolescência. Hoje, quero falar-vos de
um grande aventura marítima da Ana.
Tudo começou imediatamente após a criação do
projeto de voluntariado “Sons do Silêncio”, que rapidamente se transformou num
fenómeno global que uniu toda a Humanidade e permitiu um melhor desenvolvimento
do MUNDO.
Ana partiu numa viagem com destino ao Haiti
para ajudar na recuperação do país depois do violento sismo que assolou a
região. Mas não foi sozinha. Mais de cinquenta voluntários Portugueses partiram
com Ana numa viagem de barco, todos com o mesmo objetivo: ajudar quem mais
precisa.
No dia da viagem, tal como combinado, o grupo
de voluntários encontrou-se no porto de Lisboa para sair às 10:00 rumo ao
Haiti. Apesar do atraso provocado pelo mau tempo, toda a equipa estava a bordo
às 10:30. E assim começou uma longa viagem…
Dia 1
Saímos há
pouco de Lisboa mas se o tempo estava mau na partida, agora está pior ainda! O
barco balança de um lado para o outro sem parar. Muitos já estão indispostos e
fazem os possíveis para se manterem calmos. Mas a coisa não parece muito
promissora… Vamos ver.
Como tal, embora as intenções de todos fossem
as melhores, a viagem não começava bem. Muito mau tempo e agitação marítima
estavam a prejudicar o percurso normal da embarcação. Contudo, o mais grave
está ainda por vir…
Depois do início conturbado, a situação
melhorou e a viagem foi avançando, ainda que lentamente, para bom porto. Sete
dias passados e chegavam mais notícias sobre a devastação no Haiti e a ajuda
internacional que estava a chegar um pouco de todo Mundo.
Dia 8
Ontem
soubemos que a situação por lá não está muito bem… Espero que a viagem seja
rápida para podermos ajudar o quanto antes. Enfim, neste momento não podemos
fazer nada.
É
verdade, conheci há dois dias o Pedro. Ele é muito simpático e pareceu-me um
verdadeiro amigo. Fiquei com vontade de o conhecer melhor.
E mal sabe Ana que vai mesmo ter oportunidade
de o conhecer melhor, mas nas piores circunstâncias. Passaram-se já oito dias
de viagem, mas o nono foi um daqueles dias em que Ana não deveria ter saído do
quarto.
Ao acordar, todos ouvem no refeitório uma
sirene. Estranham porque nunca até aí tinham ouvido tal som. Mas de repente, veem
vários membros da tripulação a entrar com grande alarido e a dizer simplesmente
para todos se dirigirem para os botes de salvamento que lhes tinham sido
atribuídos no início da viagem. Ana irrompe numa corrida para o bote A14.
Quando chega, um dos tripulantes responsáveis
por esse bote diz para o outro que já estão todos a bordo e que podem soltar-se
do navio principal. Assim foi.
Já na água, o A14 afastou-se dos restantes
botes, ou pelo menos assim parecia. Não tinham a certeza porque um espesso
nevoeiro se instalou precisamente nesse momento, para complicar mais ainda todo
aquele processo de evacuação.
Aproxima-se a hora do almoço quando, finalmente
com alguma visibilidade, um dos passageiros afirma ter visto terra. Mas… como
seria possível? Não era suposto existir ali nenhuma ilha de acordo com o mapa
de bordo. No entanto, o grupo do A14 decide atracar.
Na ilha, que pouco mais de 1 km2 tinha,
os dez sobreviventes (incluindo os dois membros da tripulação) decidem
organizar-se para ver se conseguiam encontrar alguma coisa que lhes pudesse ser
útil para pedir auxílio.
Mas não há nada… O que haviam de fazer? Como
iriam sair dali? E onde estariam os restantes sobreviventes? Todas estas
perguntas estavam por responder.
Passaram-se mais umas horas e agora de
madrugada, os sobreviventes veem passar, pela primeira vez, um helicóptero. Mas
este não os conseguia ver por causa do maldito nevoeiro.
É nesse momento que Ana tem uma ideia brilhante.
Na manhã da evacuação, Ana tinha combinado
tomar o pequeno-almoço com Pedro e por isso queria estar no seu melhor. Assim
sendo, tinha decidido usar o vestido de espelhos que tinha feita quando era
mais nova (agora já com mais espelhos, porque também ela estava mais crescida).
Então, decidiu partilhar a sua ideia com os
outros. Primeiro falou com Pedro e contou-lhe tudo.
A sua ideia consistia pura e simplesmente em
utilizar os espelhos do seu vestido para refletir a luz do sol e desse modo
conseguir chamar a atenção do helicóptero quando ele passasse mais próximo da
ilha.
Pedro, agora amigo de Ana, diz-lhe que a sua
ideia é genial! Podia muito bem ser a solução para saírem dali!
Então, todo o grupo separa cuidadosamente os
espelhos do vestido de Ana e organiza-os num grande círculo.
O sol nasce e aparece a oportunidade perfeita.
O nevoeiro está um pouco menos espesso e há um conjunto de raios de sol que
está a incidir diretamente sobre a ilha. Vamos lá pessoal! – grita Ana.
Todos se desviaram, os raios incidiram sobre os
espelhos e a luz é refletida. Será que o helicóptero viu? - pergunta Pedro.
Instala-se um silêncio e após alguns segundos só se ouve.
“Atenção!
Vamos aproximar-nos da vossa localização. Abriguem-se para vos recolhermos e
levarmos a casa.”
Conseguiram. Estavam salvos e tudo graças ao
vestido de espelhos!
A bordo do helicóptero, foram informados de que
estavam a ir para casa, para Lisboa. Sobrevoam o mar sem fim e refletem…
- É realmente bonito. – diz Ana.
- E é de todos nós. – conclui Pedro.
É esta a lição que Ana e os seus companheiros
de “aventura” aprendem. O MAR é de todos nós, é património da Humanidade e por
isso temos que o preservar em conjunto. Nele residem esperanças para um futuro
sustentável, não só pelos recursos que nos fornecem como também pelo seu papel
fundamental como meio de transporte e comunicação.
Fim
Bernardo Pernadas
Olá :) Enviamos um convite para o teu email.
ResponderEliminarContamos contigo? :)